terça-feira, 23 de novembro de 2010

GOVERNO LULA

GOVERNO LULA NÃO MUDOU A CALAMIDADE NO SANEAMENTO


Em 2008, após 6 anos de mandato, 56% dos domicílios ainda não tinham esgoto

Pesquisa do IBGE revela que em 2008, sexto ano do governo Lula, o país ainda enfrentava situação de calamidade no saneamento: nada menos que 32 milhões de domicílios brasileiros (56% do total) ainda não eram atendidos por rede de esgoto, índice de pais subdesenvolvido.

Em 2000, quando a pesquisa foi feita pela última vez, havia 36 milhões de domicílios sem esgoto (66%) – o que mostra que a situação pouco mudou. Neste período, os municípios sem rede coletora diminuíram apenas de 2.630 para 2.495 – cinco deles no Estado do Rio. O Ministério das Cidades descumpriu prazo para apresentar um plano de orientação dos investimentos em saneamento. Ele acabou em dezembro de 2008

Governo Lula o que mudou

Avaliar é comparar fatos com valores. Nesta avaliação dos dois primeiros anos do governo Lula, escolhemos como termo de comparação o projeto de construção nacional. Usando a fórmula sintética e precisa de Caio Prado Jr.: em que medida estes dois anos de governo contribuíram para acelerar a transição entre o "Brasilcolônia de ontem para o Brasil-Nação de amanhã"?

Três aspectos dessa transição serão examinados: redução da desigualdade; aumento da autonomia; e organização política do povo. Quanto à redução da desigualdade social, cabe dizer: considerados os dois anos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi medíocre, não chegando a afetar o PIB per capita. Melhorou em 2004, mas não teve impacto maior - seja na questão do emprego (que aumentou pouco diante do tamanho da força de trabalho), seja na dos salários (de fato, o salário médio diminuiu no biênio).

O governo fez um esforço para exigir a formalização das relações de emprego - o que poderia se refletir em melhoria dos salários. Apesar disso, porém, o número de trabalhadores com carteira profissional assinada é ainda inferior ao dos trabalhadores sob contrato informal, o que ajudaria a explicar o fato escandaloso de a renda de quase um quarto (23,8%, segundo o Ipea) dos trabalhadores brasileiros ser inferior ao salário-mínimo.

Tendo herdado uma situação de desigualdade secular, o governo poderia alegar a impossibilidade de reverter esse quadro em apenas dois anos. O argumento seria aceitável se, nestes dois anos, medidas eficazes tivessem sido tomadas para alterar as estruturas viciadas que criam a desigualdade. Isso, porém, não foi o que se viu.

A reforma agrária não saiu do papel. A meta de assentamento de um milhão de famílias, em quatro anos, sufi ciente para gerar uma dinâmica virtuosa de redistribuição da riqueza no campo, foi cortada pela metade, e essa metade não está sendo executada.

Não se falou de reforma urbana - outra medida estrutural de redução de desigualdades sociais. Nem mesmo se pôs em marcha um programa tradicional de construção de casas populares de dimensões minimamente proporcionais ao tamanho do problema.

Não cogitou também da utilização dos impostos para redistribuir renda - instrumento de que se serviram os países desenvolvidos da Europa e da América do Norte para reduzir as distâncias entre ricos e pobres. O que se viu foi uma verdadeira fúria arrecadadora, completamente indiferente ao fato de que o sistema tributário vigente onera desproporcionalmente as camadas mais pobres da população.

Programas sonoros e insuficientes

Na falta de reformas estruturais, o combate à desigualdade social limitou-se aos gastos assistenciais do Estado. Nesse plano, o que se constata é que, após dois anos de Fome Zero, Bolsa Escola, Renda Mínima e outros tantos programas com títulos sonoros, o governo não conseguiu desfazer-se inteiramente do conceito neoliberal dos "gastos sociais focalizados". O anunciado vetor "estruturante" dessas transferências de renda aos setores mais pobres não passou do terreno das boas intenções.

A desproporção entre os recursos alocados (mesmo que tenham sido superior em relação aos do governo passado) e o tamanho das demandas da imensa massa de pobres frustrou esse objetivo. Minúsculas transferências de renda não geram uma dinâmica social favorável ao protagonismo político e social dos marginalizados. Em outras palavras: apesar das boas intenções, não se conseguiu sair da linha tradicional do assistencialismo praticado pelas elites dominantes e destinado meramente a atenuar situações gritantes e explosivas de pobreza.

O grande argumento dos conservadores no terreno da redistribuição de renda é a necessidade de haver renda para ser distribuída. Assim, o governo estaria cuidando de cumprir essa condição prévia a uma política redistributiva vigorosa. Os resultados obtidos são motivo de vanglória, pois a economia cresceu, em 2004, a uma taxa próxima de 5% - o melhor resultado em nove anos.

A taxa de crescimento é exibida como prova do acerto da política econômica. Mas, para colocá-la em perspectiva, convém compará-la com o crescimento das economias da Venezuela (18%); Uruguai (12%); Argentina (8,2%); Equador (6%); Panamá (6%); Chile (5,8%), no mesmo período. Nesse contexto mais amplo, cabe indagar se os proclamados 5% do Brasil serão mesmo o resultado de uma atilada condução da economia ou de uma conjuntura expansionista do mercado internacional, dadas as performances dos Estados Unidos e da China. Qual a garantia de que essa taxa se manterá por algum tempo?

Mas o ponto central da polêmica redistributiva não é esse. Mesmo que a taxa de 2004 se mantenha por cinco, dez e até mais anos (o que nenhum economista se arrisca a prever), se o esquema estrutural de repartição da renda não for alterado, a situação de desigualdade social será substancialmente a mesma, ainda que num patamar de renda um pouco superior. A conclusão desta análise é de que não houve, nos dois primeiros anos do governo Lula, nenhum resultado significativo em termos de redução das desigualdades sociais.

Governo Lula

No ano de 2002, as eleições presidenciais agitaram o contexto político nacional. Os primeiros problemas que cercavam o governo FHC abriram brechas para que Lula chegasse ao poder com a promessa de dar um outro rumo à política brasileira. O desenvolvimento econômico trazido pelo Plano Real tinha trazido grandes vantagens à população, entretanto, alguns problemas com o aumento do desemprego, o endividamento dos Estados e a distribuição de renda manchavam o bloco governista.

Foi nesse contexto que Lula buscou o apoio de diversos setores políticos para empreender uma chapa eleitoral capaz de agradar diferentes setores da sociedade brasileira. No primeiro turno, a vitória de Lula sobre os demais candidatos não foi suficiente para lhe dar o cargo. Na segunda rodada da disputa, o ex-operário e retirante nordestino conseguiu realizar um feito histórico na trajetória política do país.

Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam controle da nação. No entanto, seu governo não se resume a essa simples mudança. Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas. Estava lançada a campanha “Fome Zero”.

Essa seria um dos diversos programas sociais que marcaram o seu governo. A ação assistencialista do governo se justificava pela necessidade em sanar o problema da concentração de renda que assolava o país. Tal medida inovadora foi possível graças à continuidade dada às políticas econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à inflação, a ampliação das exportações e a contenção de despesas foram algumas das metas buscadas pelo governo.

A ação política de Lula conseguiu empreender um desenvolvimento historicamente reclamado por diversos setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômicas semelhantes às dos governos anteriores. A manutenção de determinadas ações políticas foram alvo de duras críticas. No ano de 2005, o governo foi denunciado por realizar a venda de propinas para conseguir a aprovação de determinadas medidas.

O esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, instaurou um acalorado debate político que questionava se existia algum tipo de oposição política no país. Em meio a esse clima de indefinição das posições políticas, o governo Lula conseguiu vencer uma segunda disputa eleitoral. O novo mandato de Lula é visto hoje mais como uma tendência continuísta a um quadro político estável, do que uma vitória dos setores de esquerda do Brasil.

Independente de ser um governo vitorioso ou fracassado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a experiência democrática no país. De certa forma, o fato de um partido formalmente considerado de esquerda ascender ao poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da corrupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento político que excluía a chegada de novos grupos ao poder.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Situção do BRASIL : TEXTO Completo..!

Tudo Sobre A Situação do Brasil :

Desde 1922 que o povo brasileiro luta sem cessar pelas suas liberdades civis e pela prática da democracia no país. Esta luta vem sofrendo naturalmente as alternativas de sucessos passageiros, sempre difíceis de consolidar e de dolorosas derrotas.

Agora, depois de tantos anos de reação, os anseios democráticos do povo renascem com novo vigor e, isto, paralelamente com a crise econômica que se agrava dia a dia, já teria levado a movimentos contra o Governo, se não fosse o forte sentimento patriótico do nosso povo e de seus líderes mais queridos a par da clareza com que foi compreendida a necessidade de apoiar o Governo para ajudar os povos das Nações Unidas a esmagar o nazismo. Quer dizer que a guerra contra o nazismo tem sido o melhor escudo do Governo contra todos aqueles que o desejam derrubar. Apesar da estreiteza cada vez mais acentuada de sua base social, — vem o atual Governo resistindo às tentativas persistentes de seus adversários das classes dominantes e, isto, devido exclusivamente ao bom senso, ao patriotismo e ao ódio antifascista das grandes massas de nosso povo, e principalmente, do proletariado mais esclarecido e consciente, aquela parte da população que é justamente a que mais tem sofrido com a guerra e com a crise inflacionária, e conseqüente especulação, em processo de agravação crescente.

É claro, portanto, que nada poderá ser mais desastroso para o país do que chegarmos à vitória sobre o nazismo sem que previamente se tenham dado modificações substanciais no regime de opressão em que ainda nos encontramos.

Com a vitória virá abaixo o último escudo que protege a reação governamental, que só se sustentará então pelo emprego da força em suas formas mais terríveis e devastadoras. Mas, derrotado o nazismo, onde encontrará o Governo tais forças, como organizá-las no país, quando os nossos soldados voltam do convívio com as massas populares européias livres e democráticas? O caos será inevitável e as insurreições mais desastradas e perigosas se sucederão ameaçando a própria independência nacional.

Ao contrário, se a democracia for restabelecida durante a guerra, a união nacional em torno do Governo permitirá uma transição dentro da lei e da ordem até a constitucionalização definitiva do país. Com a derrota do nazismo o governo de guerra e de união nacional será então para o povo um governo vitorioso, contando com o apoio espontâneo e livre das grandes massas trabalhadoras que na defesa de suas conquistas democráticas serão as mais interessadas em sustentá-lo para que se faça em ordem a reconstitucionalização do país. Depois da terrível e longa noite fascista e de tantos anos de guerra, de dor e de miséria, os povos querem paz e ao proletariado mais adiantado e consciente, aos comunistas numa palavra, o que convém é a consolidação definitiva das conquistas democráticas sob um regime republicano, progressista e popular.

Ora, uma tal república, para que possa ser instituída sem maiores choques e lutas, dentro da ordem e da lei, não poderá ser de forma alguma uma república soviética, isto é, socialista, mas capitalista, resultante da ação comum de todas as classes sociais, democráticas e progressistas, desde o proletariado até a grande burguesia nacional, com a só exceção de seus elementos mais reacionários, numericamente insignificantes. É claro que o capitalismo do após-guerra não será o mesmo capitalismo anterior nem, muito menos, o do século XIX, mas, ainda assim, capitalismo, que apresentará, numa combinação em graus diversos, conforme as condições específicas de cada país, grandes empreendimentos estatais ao lado da livre iniciativa individual.

Que essa seja, no caso particular do Brasil, a única perspectiva justa para um marxista parece não poder haver nenhuma dúvida, pois é evidente que entre nós faltam para uma revolução socialista não só as mais elementares condições subjetivas como as imprescindíveis condições objetivas. Aliás, os comunistas do Brasil sempre lutaram pela revolução democrático-burguesa, como é fácil verificar pelos seus documentos mais autorizados. A própria violência de que são tão comumente acusados foi sempre empregada contra a violência de governos que os privavam dos mais elementares direitos civis. Basta lembrar que em vinte e dois anos de vida o P.C.B. mal gozou de alguns meses de precária legalidade durante o governo Washington Luís. Antes e depois, viveu sempre sob a mais dura perseguição policial.

Além disto, objetivamente, num país industrialmente atrasado como o nosso a classe operária sofre muito menos da exploração capitalista do que da insuficiência do desenvolvimento capitalista e do atraso técnico de uma indústria pequena e primitiva.

O que convém agora à classe operária é a liquidação dos restos feudais, de maneira que se torne possível o desenvolvimento o mais amplo, o mais livre e o mais rápido do capitalismo no país. Na situação atual do Brasil, podemos afirmar com Lenin que nada pode haver de mais reacionário do que pretender a salvação da classe operária em qualquer coisa que não seja o desenvolvimento ulterior do capitalismo. Está nisto a base material, objetiva, de uma ação democrática unificada, perfeitamente possível nas condições brasileiras do mundo de após-guerra, do proletariado com a burguesia nacional progressista. Aliás, não é necessário ser marxista para se compreender, já agora, ante a crise que ameaça a nossa indústria no após-guerra, a verdade das considerações anteriores. A salvação única da indústria nacional e a possibilidade de seu ulterior desenvolvimento residem, antes e acima de tudo, na ampliação multiplicada do nosso próprio mercado interno e isto só será possível com a elevação decisiva ao nível de vida das grandes massas camponesas que constituem a maioria da população nacional, o que, no fim de contas, significa a eliminação no país de todas as velhas reminiscências feudais.

Convém assinalar que os comunistas concordam assim integralmente com a opinião emitida pelos diretores da S. A. Indústrias F. Matarazzo, em seu último relatório, em que diz:

«... o problema fundamental do Brasil ê o encontrar os meios capazes de tornar uma realidade econômica o seu mercado interno. A este problema estão ligados todos os outros e essencialmente aquele, estreitamente conexo com os interesses vitais de nossa sociedade (isto é, da S. A. Indústrias Reunidas F. Matarazzo), de um vigoroso e decidido passo em direção à produção em larga escala, como meio de barateamento dos custos, o que é conveniente salientar, será elemento essencial na economia do após-guerra». (Jornal do Comerciai Rio, 30-IV-44.)

Para o proletariado, esse barateamento dos custos, conseqüência da produção em larga escala e de uma técnica modernizada, significará um aumento vantajoso do «salário real», e, além disso, a elevação do nível de vida das massas camponesas, condição primeira, como vimos, da ampliação do mercado interno, determinará maior firmeza no «salário nominal», constantemente ameaçado de baixa em conseqüência de formidável reserva de mão de obra barata que hoje constitui em nosso país a massa camponesa miserável, sempre pronta a emigrar para as cidades onde tem a perspectiva de ganhar, por menos que seja, um pouco mais do que nas grandes fazendas semifeudais onde vegeta, reduzida a condições de servidão e semi-escravidão.

Por outro lado, a elevação decidida do nível de vida das massas e o desenvolvimento conseqüente da indústria nacional significarão a multiplicação da renda nacional, o que determinará, sem maiores impostos — talvez mesmo com a possível redução de suas taxas e diminuição de seu número — um considerável aumento de renda pública e conseqüente melhoria das verbas dedicadas à saúde e à instrução do povo e às obras públicas de maior utilidade.

É certo que a elevação do nível de vida das massas rurais, assim como a eliminação no país de todas as reminiscências feudais (trabalho não remunerado nas fazendas, restrições de toda espécie às liberdades civis dos trabalhadores, economia de trocas, etc), constituem por si só problemas sociais de não pequena complexidade e na solução dos quais surgirão dificuldades e resistências fáceis de imaginar. Sua solução, porém, vai surgindo incoercível, porque terminada a guerra e instaurado no país um regime democrático lutarão os camponeses inevitavelmente por melhores condições de vida e das duas uma, ou os grandes proprietários modernizam seus métodos de exploração agrária de maneira a poderem pagar melhores salários, ou abandonarão a agricultura por falta de braços, isto é, falta de servos ou escravos, cabendo neste caso ao Governo entregar suas terras às massas camponesas sem terra para que as explorem diretamente em benefício próprio. De qualquer maneira, na solução pacífica mas enérgica e decisiva dessa questão estão igualmente interessados, como vimos, além dos trabalhadores rurais, o proletariado e a burguesia, e isto constitui, sem dúvida, mais um fator de união e harmonia entre todos os elementos progressistas da sociedade brasileira no período que se seguir à vitória sobre o nazismo. A livre discussão, a livre associação política e o sufrágio universal serão as grandes armas dessa sociedade. Teremos então, pela primeira vez no Brasil, a democracia e só isto constituirá uma revolução de conseqüências imprevisíveis na sua grandiosidade para o futuro e o progresso do Brasil.

Resta a questão do imperialismo, mas ainda aqui são idênticos os interesses de todos os elementos democráticos e progressistas de nossa população, e nada melhor do que um Governo realmente forte e popular, repousando sobre a mais ampla base social, para defender a independência econômica da Nação e exigir dos banqueiros estrangeiros completa submissão à legislação do país.

Sem pretender especular sobre o futuro mais provável da política de boa vizinhança no continente americano e a extensão que efetivamente alcançarão no após-guerra as decisões de Teerã, de cujo rigoroso cumprimento depende aliás a possibilidade de uma paz duradoura no após-guerra, é claro que a exploração imperialista dos povos coloniais (e semicoloniais) recuará inevitavelmente no mundo inteiro em conseqüência da própria vitória sobre o nazismo.

Isto facilitará uma política flexível com os banqueiros estrangeiros, se bem que intransigentemente dirigida no sentido do progresso e da independência da Nação. Finalmente, o próprio progresso nacional, a elevação do nível de vida das massas e a industrialização do país significando aumento da riqueza nacional, tornarão menor o peso relativo do capital estrangeiro em nossa economia e reduzirão automaticamente sua influência política, sustentáculo sem dúvida dos mais nefastos até os dias de hoje dos elementos nacionais reacionários e retrógrados contrários ao desenvolvimento e ao progresso da Nação.


GeoGraFia : GloBalizaÇão

O que é Globalização - Definição

Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente.

Origens da Globalização e suas Características

Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. Porém, a globalização efetivou-se no final do século XX, logo após a queda do socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização econômica.

Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais buscaram conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos países recém saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empresas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a utilização da Internet, das redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.

Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas, produzem suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Optam por países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado em diversos países do mundo.


Bolsa de valores: tecnologia e
negociações em nível mundial. Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio, financeiras) criaram um sistema rápido e eficiente para favorecer a transferência de capital e comercialização de ações em nível mundial..

Investimentos, pagamentos e transferências bancárias, podem ser feitos em questões de segundos através da Internet ou de telefone celular.


Os tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coréia do Sul) são países que souberam usufruir dos benefícios da globalização. Investiram muito em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990. Como resultado, conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias aos produtos. Atualmente, são grandes exportadores e apresentam ótimos índices de desenvolvimento econômico e social.

Blocos Econômicos e Globalização

Dentro deste processo econômico, muitos países se juntaram e formaram blocos econômicos, cujo objetivo principal é aumentar as relações comerciais entre os membros. Neste contexto, surgiram a União Européia, o Mercosul, a Comecom, o NAFTA, o Pacto Andino e a Apec. Estes blocos se fortalecem cada vez mais e já se relacionam entre si. Desta forma, cada país, ao fazer parte de um bloco econômico, consegue mais força nas relações comerciais internacionais.

Internet, Aldeia Global e a Língua Inglesa

Como dissemos, a globalização extrapola as relações comerciais e financeiras. As pessoas estão cada vez mais descobrindo na Internet uma maneira rápida e eficiente de entrar em contato com pessoas de outros países ou, até mesmo, de conhecer aspectos culturais e sociais de várias partes do planeta. Junto com a televisão, a rede mundial de computadores quebra barreiras e vai, cada vez mais, ligando as pessoas e espalhando as idéias, formando assim uma grande Aldeia Global. Saber ler, falar e entender a língua inglesa torna-se fundamental dentro deste contexto, pois é o idioma universal e o instrumento pelo qual as pessoas podem se comunicar.




Bolsa de valores: tecnologia e
negociações em nível mundial.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Plano Cruzado

O Plano Cruzado, lançado pelo Governo Sarney, em fevereiro de 1986, foi o primeiro plano eleitoreiro de impacto com base na inflação zero. Sua duração foi breve (9 meses). Foi substituído pelo Plano Cruzado II, baixado seis dias depois de o Governo ter obtido a maior vitória eleitoral da história da República, no dia 15 de novembro daquele ano: a totalidade dos governadores, e quase dois terços da Câmara e do Senado e das Assembléias Legislativas (a eleição presidencial não estava em jogo).

Com os salários congelados há nove meses, a população foi obrigada a arcar com os seguintes aumentos, num só dia: 60% no preço da gasolina; 120% dos telefones e energia; 100% das bebidas; 80% dos automóveis; 45% a 100% dos cigarros; 100% das bebidas.

Badernaço de Brasília

Como era de esperar, as reações populares ao Plano Cruzado II explodiram, tão logo o país percebeu que tinha sido vítima de um engodo eleitoral. E elas vieram de forma violenta e fulminante, seis dias depois da introdução do Plano Cruzado II;, a 21 de novembro de 1986.

Uma manifestação em Brasília, que depois ficou nacionalmente conhecida como "Badernaço", no dia 27 de novembro daquele ano, degenerou em saques, depredações e incêndios, nas cercanias do centro do poder. Atônito, o Palácio do Planalto, até há pouco voltado para o cortejo das multidões, lança contra ela oito tanques de combate Urutu.

Felizmente, não houve vítimas fatais, mas a revolta da multidão ficou marcada em dezenas de lojas e órgãos públicos depredados, vários ônibus incendiados e muitas prisões. O "mais popular dos presidentes da História da República brasileira", que tinha de assistir a uma missa na hora da manifestação, que se estendeu das 14 até às 22 horas, foi obrigado a recorrer aos Urutus e a outros efetivos do Exército, para fazer o trajeto do Planalto até Catedral.

Cruzadinho - Na verdade, as desconfianças dos brasilienses começaram a se manifestar, desde a decretação do Cruzadinho, em fins de julho, quando houve o aumento dos preços dos carros e dos combustíveis em 30%, ao mesmo tempo que se alardeava uma Inflação Zero.

Já naquela época, alguns manifestantes se concentravam no Palácio do Planalto, durante a Cerimônia da Rampa, chegada e saída do Presidente, para protestar, às vezes com xingamentos pessoais, contra a inflação sonegada. Os protestos foram tantos e expunham de tal forma Sarney, que a segurança do Palácio decidiu cancelar a cerimônia, sempre assistida pela família presidencial do meio da multidão, e que já se tornara uma atração turística em Brasília, toda quarta-feira.

Governo Collor

Prometendo atender os anseios de um povo recém saído do Regime Militar (1964 – 1985), Fernando Collor de Mello tomou posse da cadeira de Presidente da República em 1990. Sendo um político de articulação restrita, Collor montou um ministério recheado de figuras desconhecidas ou sem nenhum respaldo para encabeçar os desafios a serem resolvidos pelo novo governo.

Logo depois de sua posse, Collor criou um plano de recuperação da economia arquitetado pela ministra Zélia Cardoso de Mello. O Plano Collor previa uma série de medidas que injetariam recursos na economia com a alta de impostos, a abertura dos mercados nacionais e a criação de uma nova moeda (Cruzeiro). Entre outras medidas, o Plano Collor também exigiu o confisco das poupanças, com valores superiores a 50 mil cruzeiros, durante um prazo de dezoito meses.

A recepção negativa do Plano Collor pelos setores médios e pequenos investidores seria apenas o prenúncio de uma série de polêmicas que afundariam o governo. Além de não alcançar as metas previstas no plano econômico, Collor ainda se envolveria em um enorme escândalo de corrupção. Conhecido como Esquema PC, as práticas corruptas do governo Collor foram denunciadas pelo próprio irmão do presidente, Pedro Collor, e publicadas nos mesmos órgãos da imprensa que tinham dado apoio à sua candidatura.

Com uma crise econômica somada a uma crise política, Collor foi alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que conseguiu provar as irregularidades a ele atribuídas. Sem nenhuma base de apoio, Collor ainda foi pressionado por uma imensa campanha estudantil que exigia o fim de seu mandato. Com seus rostos pintados de verde, amarelo e preto estudantes de diferentes cidades do país se mobilizaram no movimento conhecido como “Caras Pintadas”.