terça-feira, 23 de novembro de 2010

GOVERNO LULA

GOVERNO LULA NÃO MUDOU A CALAMIDADE NO SANEAMENTO


Em 2008, após 6 anos de mandato, 56% dos domicílios ainda não tinham esgoto

Pesquisa do IBGE revela que em 2008, sexto ano do governo Lula, o país ainda enfrentava situação de calamidade no saneamento: nada menos que 32 milhões de domicílios brasileiros (56% do total) ainda não eram atendidos por rede de esgoto, índice de pais subdesenvolvido.

Em 2000, quando a pesquisa foi feita pela última vez, havia 36 milhões de domicílios sem esgoto (66%) – o que mostra que a situação pouco mudou. Neste período, os municípios sem rede coletora diminuíram apenas de 2.630 para 2.495 – cinco deles no Estado do Rio. O Ministério das Cidades descumpriu prazo para apresentar um plano de orientação dos investimentos em saneamento. Ele acabou em dezembro de 2008

Governo Lula o que mudou

Avaliar é comparar fatos com valores. Nesta avaliação dos dois primeiros anos do governo Lula, escolhemos como termo de comparação o projeto de construção nacional. Usando a fórmula sintética e precisa de Caio Prado Jr.: em que medida estes dois anos de governo contribuíram para acelerar a transição entre o "Brasilcolônia de ontem para o Brasil-Nação de amanhã"?

Três aspectos dessa transição serão examinados: redução da desigualdade; aumento da autonomia; e organização política do povo. Quanto à redução da desigualdade social, cabe dizer: considerados os dois anos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi medíocre, não chegando a afetar o PIB per capita. Melhorou em 2004, mas não teve impacto maior - seja na questão do emprego (que aumentou pouco diante do tamanho da força de trabalho), seja na dos salários (de fato, o salário médio diminuiu no biênio).

O governo fez um esforço para exigir a formalização das relações de emprego - o que poderia se refletir em melhoria dos salários. Apesar disso, porém, o número de trabalhadores com carteira profissional assinada é ainda inferior ao dos trabalhadores sob contrato informal, o que ajudaria a explicar o fato escandaloso de a renda de quase um quarto (23,8%, segundo o Ipea) dos trabalhadores brasileiros ser inferior ao salário-mínimo.

Tendo herdado uma situação de desigualdade secular, o governo poderia alegar a impossibilidade de reverter esse quadro em apenas dois anos. O argumento seria aceitável se, nestes dois anos, medidas eficazes tivessem sido tomadas para alterar as estruturas viciadas que criam a desigualdade. Isso, porém, não foi o que se viu.

A reforma agrária não saiu do papel. A meta de assentamento de um milhão de famílias, em quatro anos, sufi ciente para gerar uma dinâmica virtuosa de redistribuição da riqueza no campo, foi cortada pela metade, e essa metade não está sendo executada.

Não se falou de reforma urbana - outra medida estrutural de redução de desigualdades sociais. Nem mesmo se pôs em marcha um programa tradicional de construção de casas populares de dimensões minimamente proporcionais ao tamanho do problema.

Não cogitou também da utilização dos impostos para redistribuir renda - instrumento de que se serviram os países desenvolvidos da Europa e da América do Norte para reduzir as distâncias entre ricos e pobres. O que se viu foi uma verdadeira fúria arrecadadora, completamente indiferente ao fato de que o sistema tributário vigente onera desproporcionalmente as camadas mais pobres da população.

Programas sonoros e insuficientes

Na falta de reformas estruturais, o combate à desigualdade social limitou-se aos gastos assistenciais do Estado. Nesse plano, o que se constata é que, após dois anos de Fome Zero, Bolsa Escola, Renda Mínima e outros tantos programas com títulos sonoros, o governo não conseguiu desfazer-se inteiramente do conceito neoliberal dos "gastos sociais focalizados". O anunciado vetor "estruturante" dessas transferências de renda aos setores mais pobres não passou do terreno das boas intenções.

A desproporção entre os recursos alocados (mesmo que tenham sido superior em relação aos do governo passado) e o tamanho das demandas da imensa massa de pobres frustrou esse objetivo. Minúsculas transferências de renda não geram uma dinâmica social favorável ao protagonismo político e social dos marginalizados. Em outras palavras: apesar das boas intenções, não se conseguiu sair da linha tradicional do assistencialismo praticado pelas elites dominantes e destinado meramente a atenuar situações gritantes e explosivas de pobreza.

O grande argumento dos conservadores no terreno da redistribuição de renda é a necessidade de haver renda para ser distribuída. Assim, o governo estaria cuidando de cumprir essa condição prévia a uma política redistributiva vigorosa. Os resultados obtidos são motivo de vanglória, pois a economia cresceu, em 2004, a uma taxa próxima de 5% - o melhor resultado em nove anos.

A taxa de crescimento é exibida como prova do acerto da política econômica. Mas, para colocá-la em perspectiva, convém compará-la com o crescimento das economias da Venezuela (18%); Uruguai (12%); Argentina (8,2%); Equador (6%); Panamá (6%); Chile (5,8%), no mesmo período. Nesse contexto mais amplo, cabe indagar se os proclamados 5% do Brasil serão mesmo o resultado de uma atilada condução da economia ou de uma conjuntura expansionista do mercado internacional, dadas as performances dos Estados Unidos e da China. Qual a garantia de que essa taxa se manterá por algum tempo?

Mas o ponto central da polêmica redistributiva não é esse. Mesmo que a taxa de 2004 se mantenha por cinco, dez e até mais anos (o que nenhum economista se arrisca a prever), se o esquema estrutural de repartição da renda não for alterado, a situação de desigualdade social será substancialmente a mesma, ainda que num patamar de renda um pouco superior. A conclusão desta análise é de que não houve, nos dois primeiros anos do governo Lula, nenhum resultado significativo em termos de redução das desigualdades sociais.

Governo Lula

No ano de 2002, as eleições presidenciais agitaram o contexto político nacional. Os primeiros problemas que cercavam o governo FHC abriram brechas para que Lula chegasse ao poder com a promessa de dar um outro rumo à política brasileira. O desenvolvimento econômico trazido pelo Plano Real tinha trazido grandes vantagens à população, entretanto, alguns problemas com o aumento do desemprego, o endividamento dos Estados e a distribuição de renda manchavam o bloco governista.

Foi nesse contexto que Lula buscou o apoio de diversos setores políticos para empreender uma chapa eleitoral capaz de agradar diferentes setores da sociedade brasileira. No primeiro turno, a vitória de Lula sobre os demais candidatos não foi suficiente para lhe dar o cargo. Na segunda rodada da disputa, o ex-operário e retirante nordestino conseguiu realizar um feito histórico na trajetória política do país.

Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam controle da nação. No entanto, seu governo não se resume a essa simples mudança. Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas. Estava lançada a campanha “Fome Zero”.

Essa seria um dos diversos programas sociais que marcaram o seu governo. A ação assistencialista do governo se justificava pela necessidade em sanar o problema da concentração de renda que assolava o país. Tal medida inovadora foi possível graças à continuidade dada às políticas econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à inflação, a ampliação das exportações e a contenção de despesas foram algumas das metas buscadas pelo governo.

A ação política de Lula conseguiu empreender um desenvolvimento historicamente reclamado por diversos setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômicas semelhantes às dos governos anteriores. A manutenção de determinadas ações políticas foram alvo de duras críticas. No ano de 2005, o governo foi denunciado por realizar a venda de propinas para conseguir a aprovação de determinadas medidas.

O esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, instaurou um acalorado debate político que questionava se existia algum tipo de oposição política no país. Em meio a esse clima de indefinição das posições políticas, o governo Lula conseguiu vencer uma segunda disputa eleitoral. O novo mandato de Lula é visto hoje mais como uma tendência continuísta a um quadro político estável, do que uma vitória dos setores de esquerda do Brasil.

Independente de ser um governo vitorioso ou fracassado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a experiência democrática no país. De certa forma, o fato de um partido formalmente considerado de esquerda ascender ao poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da corrupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento político que excluía a chegada de novos grupos ao poder.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Situção do BRASIL : TEXTO Completo..!

Tudo Sobre A Situação do Brasil :

Desde 1922 que o povo brasileiro luta sem cessar pelas suas liberdades civis e pela prática da democracia no país. Esta luta vem sofrendo naturalmente as alternativas de sucessos passageiros, sempre difíceis de consolidar e de dolorosas derrotas.

Agora, depois de tantos anos de reação, os anseios democráticos do povo renascem com novo vigor e, isto, paralelamente com a crise econômica que se agrava dia a dia, já teria levado a movimentos contra o Governo, se não fosse o forte sentimento patriótico do nosso povo e de seus líderes mais queridos a par da clareza com que foi compreendida a necessidade de apoiar o Governo para ajudar os povos das Nações Unidas a esmagar o nazismo. Quer dizer que a guerra contra o nazismo tem sido o melhor escudo do Governo contra todos aqueles que o desejam derrubar. Apesar da estreiteza cada vez mais acentuada de sua base social, — vem o atual Governo resistindo às tentativas persistentes de seus adversários das classes dominantes e, isto, devido exclusivamente ao bom senso, ao patriotismo e ao ódio antifascista das grandes massas de nosso povo, e principalmente, do proletariado mais esclarecido e consciente, aquela parte da população que é justamente a que mais tem sofrido com a guerra e com a crise inflacionária, e conseqüente especulação, em processo de agravação crescente.

É claro, portanto, que nada poderá ser mais desastroso para o país do que chegarmos à vitória sobre o nazismo sem que previamente se tenham dado modificações substanciais no regime de opressão em que ainda nos encontramos.

Com a vitória virá abaixo o último escudo que protege a reação governamental, que só se sustentará então pelo emprego da força em suas formas mais terríveis e devastadoras. Mas, derrotado o nazismo, onde encontrará o Governo tais forças, como organizá-las no país, quando os nossos soldados voltam do convívio com as massas populares européias livres e democráticas? O caos será inevitável e as insurreições mais desastradas e perigosas se sucederão ameaçando a própria independência nacional.

Ao contrário, se a democracia for restabelecida durante a guerra, a união nacional em torno do Governo permitirá uma transição dentro da lei e da ordem até a constitucionalização definitiva do país. Com a derrota do nazismo o governo de guerra e de união nacional será então para o povo um governo vitorioso, contando com o apoio espontâneo e livre das grandes massas trabalhadoras que na defesa de suas conquistas democráticas serão as mais interessadas em sustentá-lo para que se faça em ordem a reconstitucionalização do país. Depois da terrível e longa noite fascista e de tantos anos de guerra, de dor e de miséria, os povos querem paz e ao proletariado mais adiantado e consciente, aos comunistas numa palavra, o que convém é a consolidação definitiva das conquistas democráticas sob um regime republicano, progressista e popular.

Ora, uma tal república, para que possa ser instituída sem maiores choques e lutas, dentro da ordem e da lei, não poderá ser de forma alguma uma república soviética, isto é, socialista, mas capitalista, resultante da ação comum de todas as classes sociais, democráticas e progressistas, desde o proletariado até a grande burguesia nacional, com a só exceção de seus elementos mais reacionários, numericamente insignificantes. É claro que o capitalismo do após-guerra não será o mesmo capitalismo anterior nem, muito menos, o do século XIX, mas, ainda assim, capitalismo, que apresentará, numa combinação em graus diversos, conforme as condições específicas de cada país, grandes empreendimentos estatais ao lado da livre iniciativa individual.

Que essa seja, no caso particular do Brasil, a única perspectiva justa para um marxista parece não poder haver nenhuma dúvida, pois é evidente que entre nós faltam para uma revolução socialista não só as mais elementares condições subjetivas como as imprescindíveis condições objetivas. Aliás, os comunistas do Brasil sempre lutaram pela revolução democrático-burguesa, como é fácil verificar pelos seus documentos mais autorizados. A própria violência de que são tão comumente acusados foi sempre empregada contra a violência de governos que os privavam dos mais elementares direitos civis. Basta lembrar que em vinte e dois anos de vida o P.C.B. mal gozou de alguns meses de precária legalidade durante o governo Washington Luís. Antes e depois, viveu sempre sob a mais dura perseguição policial.

Além disto, objetivamente, num país industrialmente atrasado como o nosso a classe operária sofre muito menos da exploração capitalista do que da insuficiência do desenvolvimento capitalista e do atraso técnico de uma indústria pequena e primitiva.

O que convém agora à classe operária é a liquidação dos restos feudais, de maneira que se torne possível o desenvolvimento o mais amplo, o mais livre e o mais rápido do capitalismo no país. Na situação atual do Brasil, podemos afirmar com Lenin que nada pode haver de mais reacionário do que pretender a salvação da classe operária em qualquer coisa que não seja o desenvolvimento ulterior do capitalismo. Está nisto a base material, objetiva, de uma ação democrática unificada, perfeitamente possível nas condições brasileiras do mundo de após-guerra, do proletariado com a burguesia nacional progressista. Aliás, não é necessário ser marxista para se compreender, já agora, ante a crise que ameaça a nossa indústria no após-guerra, a verdade das considerações anteriores. A salvação única da indústria nacional e a possibilidade de seu ulterior desenvolvimento residem, antes e acima de tudo, na ampliação multiplicada do nosso próprio mercado interno e isto só será possível com a elevação decisiva ao nível de vida das grandes massas camponesas que constituem a maioria da população nacional, o que, no fim de contas, significa a eliminação no país de todas as velhas reminiscências feudais.

Convém assinalar que os comunistas concordam assim integralmente com a opinião emitida pelos diretores da S. A. Indústrias F. Matarazzo, em seu último relatório, em que diz:

«... o problema fundamental do Brasil ê o encontrar os meios capazes de tornar uma realidade econômica o seu mercado interno. A este problema estão ligados todos os outros e essencialmente aquele, estreitamente conexo com os interesses vitais de nossa sociedade (isto é, da S. A. Indústrias Reunidas F. Matarazzo), de um vigoroso e decidido passo em direção à produção em larga escala, como meio de barateamento dos custos, o que é conveniente salientar, será elemento essencial na economia do após-guerra». (Jornal do Comerciai Rio, 30-IV-44.)

Para o proletariado, esse barateamento dos custos, conseqüência da produção em larga escala e de uma técnica modernizada, significará um aumento vantajoso do «salário real», e, além disso, a elevação do nível de vida das massas camponesas, condição primeira, como vimos, da ampliação do mercado interno, determinará maior firmeza no «salário nominal», constantemente ameaçado de baixa em conseqüência de formidável reserva de mão de obra barata que hoje constitui em nosso país a massa camponesa miserável, sempre pronta a emigrar para as cidades onde tem a perspectiva de ganhar, por menos que seja, um pouco mais do que nas grandes fazendas semifeudais onde vegeta, reduzida a condições de servidão e semi-escravidão.

Por outro lado, a elevação decidida do nível de vida das massas e o desenvolvimento conseqüente da indústria nacional significarão a multiplicação da renda nacional, o que determinará, sem maiores impostos — talvez mesmo com a possível redução de suas taxas e diminuição de seu número — um considerável aumento de renda pública e conseqüente melhoria das verbas dedicadas à saúde e à instrução do povo e às obras públicas de maior utilidade.

É certo que a elevação do nível de vida das massas rurais, assim como a eliminação no país de todas as reminiscências feudais (trabalho não remunerado nas fazendas, restrições de toda espécie às liberdades civis dos trabalhadores, economia de trocas, etc), constituem por si só problemas sociais de não pequena complexidade e na solução dos quais surgirão dificuldades e resistências fáceis de imaginar. Sua solução, porém, vai surgindo incoercível, porque terminada a guerra e instaurado no país um regime democrático lutarão os camponeses inevitavelmente por melhores condições de vida e das duas uma, ou os grandes proprietários modernizam seus métodos de exploração agrária de maneira a poderem pagar melhores salários, ou abandonarão a agricultura por falta de braços, isto é, falta de servos ou escravos, cabendo neste caso ao Governo entregar suas terras às massas camponesas sem terra para que as explorem diretamente em benefício próprio. De qualquer maneira, na solução pacífica mas enérgica e decisiva dessa questão estão igualmente interessados, como vimos, além dos trabalhadores rurais, o proletariado e a burguesia, e isto constitui, sem dúvida, mais um fator de união e harmonia entre todos os elementos progressistas da sociedade brasileira no período que se seguir à vitória sobre o nazismo. A livre discussão, a livre associação política e o sufrágio universal serão as grandes armas dessa sociedade. Teremos então, pela primeira vez no Brasil, a democracia e só isto constituirá uma revolução de conseqüências imprevisíveis na sua grandiosidade para o futuro e o progresso do Brasil.

Resta a questão do imperialismo, mas ainda aqui são idênticos os interesses de todos os elementos democráticos e progressistas de nossa população, e nada melhor do que um Governo realmente forte e popular, repousando sobre a mais ampla base social, para defender a independência econômica da Nação e exigir dos banqueiros estrangeiros completa submissão à legislação do país.

Sem pretender especular sobre o futuro mais provável da política de boa vizinhança no continente americano e a extensão que efetivamente alcançarão no após-guerra as decisões de Teerã, de cujo rigoroso cumprimento depende aliás a possibilidade de uma paz duradoura no após-guerra, é claro que a exploração imperialista dos povos coloniais (e semicoloniais) recuará inevitavelmente no mundo inteiro em conseqüência da própria vitória sobre o nazismo.

Isto facilitará uma política flexível com os banqueiros estrangeiros, se bem que intransigentemente dirigida no sentido do progresso e da independência da Nação. Finalmente, o próprio progresso nacional, a elevação do nível de vida das massas e a industrialização do país significando aumento da riqueza nacional, tornarão menor o peso relativo do capital estrangeiro em nossa economia e reduzirão automaticamente sua influência política, sustentáculo sem dúvida dos mais nefastos até os dias de hoje dos elementos nacionais reacionários e retrógrados contrários ao desenvolvimento e ao progresso da Nação.


GeoGraFia : GloBalizaÇão

O que é Globalização - Definição

Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente.

Origens da Globalização e suas Características

Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV e XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais. Porém, a globalização efetivou-se no final do século XX, logo após a queda do socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização econômica.

Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais buscaram conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos países recém saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empresas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a utilização da Internet, das redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.

Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas, produzem suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Optam por países onde a mão-de-obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado em diversos países do mundo.


Bolsa de valores: tecnologia e
negociações em nível mundial. Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio, financeiras) criaram um sistema rápido e eficiente para favorecer a transferência de capital e comercialização de ações em nível mundial..

Investimentos, pagamentos e transferências bancárias, podem ser feitos em questões de segundos através da Internet ou de telefone celular.


Os tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coréia do Sul) são países que souberam usufruir dos benefícios da globalização. Investiram muito em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990. Como resultado, conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias aos produtos. Atualmente, são grandes exportadores e apresentam ótimos índices de desenvolvimento econômico e social.

Blocos Econômicos e Globalização

Dentro deste processo econômico, muitos países se juntaram e formaram blocos econômicos, cujo objetivo principal é aumentar as relações comerciais entre os membros. Neste contexto, surgiram a União Européia, o Mercosul, a Comecom, o NAFTA, o Pacto Andino e a Apec. Estes blocos se fortalecem cada vez mais e já se relacionam entre si. Desta forma, cada país, ao fazer parte de um bloco econômico, consegue mais força nas relações comerciais internacionais.

Internet, Aldeia Global e a Língua Inglesa

Como dissemos, a globalização extrapola as relações comerciais e financeiras. As pessoas estão cada vez mais descobrindo na Internet uma maneira rápida e eficiente de entrar em contato com pessoas de outros países ou, até mesmo, de conhecer aspectos culturais e sociais de várias partes do planeta. Junto com a televisão, a rede mundial de computadores quebra barreiras e vai, cada vez mais, ligando as pessoas e espalhando as idéias, formando assim uma grande Aldeia Global. Saber ler, falar e entender a língua inglesa torna-se fundamental dentro deste contexto, pois é o idioma universal e o instrumento pelo qual as pessoas podem se comunicar.




Bolsa de valores: tecnologia e
negociações em nível mundial.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Plano Cruzado

O Plano Cruzado, lançado pelo Governo Sarney, em fevereiro de 1986, foi o primeiro plano eleitoreiro de impacto com base na inflação zero. Sua duração foi breve (9 meses). Foi substituído pelo Plano Cruzado II, baixado seis dias depois de o Governo ter obtido a maior vitória eleitoral da história da República, no dia 15 de novembro daquele ano: a totalidade dos governadores, e quase dois terços da Câmara e do Senado e das Assembléias Legislativas (a eleição presidencial não estava em jogo).

Com os salários congelados há nove meses, a população foi obrigada a arcar com os seguintes aumentos, num só dia: 60% no preço da gasolina; 120% dos telefones e energia; 100% das bebidas; 80% dos automóveis; 45% a 100% dos cigarros; 100% das bebidas.

Badernaço de Brasília

Como era de esperar, as reações populares ao Plano Cruzado II explodiram, tão logo o país percebeu que tinha sido vítima de um engodo eleitoral. E elas vieram de forma violenta e fulminante, seis dias depois da introdução do Plano Cruzado II;, a 21 de novembro de 1986.

Uma manifestação em Brasília, que depois ficou nacionalmente conhecida como "Badernaço", no dia 27 de novembro daquele ano, degenerou em saques, depredações e incêndios, nas cercanias do centro do poder. Atônito, o Palácio do Planalto, até há pouco voltado para o cortejo das multidões, lança contra ela oito tanques de combate Urutu.

Felizmente, não houve vítimas fatais, mas a revolta da multidão ficou marcada em dezenas de lojas e órgãos públicos depredados, vários ônibus incendiados e muitas prisões. O "mais popular dos presidentes da História da República brasileira", que tinha de assistir a uma missa na hora da manifestação, que se estendeu das 14 até às 22 horas, foi obrigado a recorrer aos Urutus e a outros efetivos do Exército, para fazer o trajeto do Planalto até Catedral.

Cruzadinho - Na verdade, as desconfianças dos brasilienses começaram a se manifestar, desde a decretação do Cruzadinho, em fins de julho, quando houve o aumento dos preços dos carros e dos combustíveis em 30%, ao mesmo tempo que se alardeava uma Inflação Zero.

Já naquela época, alguns manifestantes se concentravam no Palácio do Planalto, durante a Cerimônia da Rampa, chegada e saída do Presidente, para protestar, às vezes com xingamentos pessoais, contra a inflação sonegada. Os protestos foram tantos e expunham de tal forma Sarney, que a segurança do Palácio decidiu cancelar a cerimônia, sempre assistida pela família presidencial do meio da multidão, e que já se tornara uma atração turística em Brasília, toda quarta-feira.

Governo Collor

Prometendo atender os anseios de um povo recém saído do Regime Militar (1964 – 1985), Fernando Collor de Mello tomou posse da cadeira de Presidente da República em 1990. Sendo um político de articulação restrita, Collor montou um ministério recheado de figuras desconhecidas ou sem nenhum respaldo para encabeçar os desafios a serem resolvidos pelo novo governo.

Logo depois de sua posse, Collor criou um plano de recuperação da economia arquitetado pela ministra Zélia Cardoso de Mello. O Plano Collor previa uma série de medidas que injetariam recursos na economia com a alta de impostos, a abertura dos mercados nacionais e a criação de uma nova moeda (Cruzeiro). Entre outras medidas, o Plano Collor também exigiu o confisco das poupanças, com valores superiores a 50 mil cruzeiros, durante um prazo de dezoito meses.

A recepção negativa do Plano Collor pelos setores médios e pequenos investidores seria apenas o prenúncio de uma série de polêmicas que afundariam o governo. Além de não alcançar as metas previstas no plano econômico, Collor ainda se envolveria em um enorme escândalo de corrupção. Conhecido como Esquema PC, as práticas corruptas do governo Collor foram denunciadas pelo próprio irmão do presidente, Pedro Collor, e publicadas nos mesmos órgãos da imprensa que tinham dado apoio à sua candidatura.

Com uma crise econômica somada a uma crise política, Collor foi alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que conseguiu provar as irregularidades a ele atribuídas. Sem nenhuma base de apoio, Collor ainda foi pressionado por uma imensa campanha estudantil que exigia o fim de seu mandato. Com seus rostos pintados de verde, amarelo e preto estudantes de diferentes cidades do país se mobilizaram no movimento conhecido como “Caras Pintadas”.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Emprego dos verbos do indicativo

MODO INDICATIVO


É o modo verbal que expressa um fato real, seja ele afirmativo ou negativo.



Exemplos:



Perguntei ao professor sobre a resolução do problema.



Não almoçaremos naquele restaurante da esquina.



Eles participarão do próximo evento cultural.



EMPREGO DOS TEMPOS DO INDICATIVO


PRESENTE DO INDICATIVO


É usado:



- para enunciar um fato momentâneo.



Exemplos:



Vejo belos quadros naquela exposição.



Choro quando penso em você.



- para expressar um fato que ocorre com freqüência.



Exemplos:



Caminho todos os dias na praça.



Eles jogam futebol todos os finais de semana.



- na indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais.



A Lua é o satélite da Terra.



O Brasil possui um imenso litoral.



- com valor de outros tempos.



Futuro do presente do indicativo.



Exemplo:



Ele viaja para Berlim na próxima semana.



Amanhã faz um ano que nos casamos.



Futuro do subjuntivo



Se você se exercita, obterá ótimos resultados nos exames.



PRETÉRITO IMPERFEITO


É empregado:



- para expressar um fato passado, não concluído.



Exemplo:



A testemunha reconhecia o réu, mas não pode denunciá-lo.



- para indicar um fato habitual.



Exemplos:



Ele estudava de duas a quatro horas por dia.



Nós escrevíamos apenas o necessário.



- com valor de outros tempos:



presente do indicativo (atenuação de pedidos)



Exemplos:



Eu queria um livro de receitas.



Eu desejava saber se esse carro está à venda.



PRETÉRITO PERFEITO


É usado na indicação de um fato passado concluído.



Exemplos:



Ele jogou uma ótima partida.



Acordei cedo e fui ao mercado.



Renata comeu todo o bolo de chocolate.



PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO


Expressa um fato passado anterior a outro acontecimento passado.



Exemplos:



Ele finalmente comprou o carro, o mesmo que desejara durante tempos.



- usado em orações optativas (que expressem desejo)



Exemplo:



Pudera eu conseguir atingir minhas metas.



FUTURO DO PRESENTE


É usado:



- na indicação de um fato realizado num instante posterior ao que se fala.



Exemplos:



Os programadores desenvolverão softwares cada vez mais poderosos.



Os computadores realizarão cálculos complexos e avançados mais rápidos que os atuais.



- na indicação de um fato atual incerto.



Exemplos:



Terá os computadores capacidade para se defender dos vírus?



Os antivírus poderão atenuar os danos causados pelos vírus nos computadores?



- com valor imperativo.



Exemplos:



Estudarás para o vestibular com afinco.



Os convidados sentarão na primeira fila.



FUTURO DO PRETÉRITO


É usado:



- para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado.



Exemplos:



Eugênio passaria no vestibular logo na sua primeira tentativa.



Ela cantaria todas às noites naquela boate.



- para expressar um acontecimento futuro que depende de outro.



Você ganharia a corrida se o carro não quebrasse.



Nós compraríamos o livro se fôssemos à feira cultural.



- para expressar um acontecimento duvidoso.



Exemplos:



Você casaria novamente sabendo como é difícil o relacionamento a dois?



Roberto compraria esse celular se soubesse os defeitos apresentados após a garantia?



MODO SUBJUNTIVO


O modo subjuntivo expressa fatos hipotéticos, incertos.



Exemplos:

Quando ele estudar, passará no concurso.



Se ele comprasse o carro poderia viajar.



É usado freqüentemente em orações subordinadas e frases optativas.



Exemplos:



É necessário que você fale a verdade na delegacia.



Que Deus o abençoe!



EMPREGO DOS TEMPOS DO SUBJUNTIVO


PRESENTE


É usado:



- para expressar dúvida, hipótese.



Exemplos:



É possível que ele se encontre com Rosário.



Talvez eu seja absolvido das acusações.



É provável que ele cante hoje à noite.



- em orações subordinadas (quando o verbo da oração principal se apresenta no presente do indicativo ou imperativo)



Exemplos:



Esperamos que vocês desenvolvam o programa de qualidade.



É necessário que ele apresente as provas.



PRETÉRITO IMPERFEITO


Geralmente é usado:



- em orações subordinadas substantivas e adjetivas.



Exemplos:



O rio que cortava a cidade era a atração turística.



A população esperava que a prefeitura instalasse o posto de saúde.



- em orações subordinadas adverbiais.



Exemplos:



Embora houvesse carne estocada, ninguém conseguia encontrá-la à venda.



Se pudéssemos entrar na sala, estudaríamos melhor.



Ganharíamos o prêmio se cantássemos melhor.



SÍNTESE DO TUTORIAL


MODO INDICATIVO


É o modo verbal que expressa um fato real, seja ele afirmativo ou negativo.



PRESENTE DO INDICATIVO


É usado:

- para enunciar um fato momentâneo.

- para expressar um fato que ocorre com freqüência.

- na indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais.

- com valor de outros tempos.



PRETÉRITO IMPERFEITO


É usado:

- para expressar um fato passado, não concluído.

- para indicar um fato habitual.

- com valor de outros tempos:



PRETÉRITO PERFEITO


É usado na indicação de um fato passado concluído.



PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO


Expressa um fato passado anterior a outro acontecimento passado.



FUTURO DO PRESENTE


É usado:

- na indicação de um fato realizado num instante posterior ao que se fala.

- na indicação de um fato atual incerto.

- com valor imperativo.



FUTURO DO PRETÉRITO


É usado:

- para expressar um acontecimento posterior a um outro acontecimento passado.

- para expressar um acontecimento futuro que depende de outro.

- para expressar um acontecimento duvidoso.



MODO SUBJUNTIVO


O modo subjuntivo expressa fatos hipotéticos, incertos.



PRESENTE


É usado:

- para expressar dúvida, hipótese.

- em orações subordinadas (quando o verbo da oração principal se apresenta no presente do indicativo ou imperativo)



PRETÉRITO IMPERFEITO


Geralmente é usado:

- em orações subordinadas substantivas e adjetivas.

- em orações subordinadas adverbiais.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

História Diretas Já !

Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. A campanha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas.

Sob o Regime Militar desde 1964, a última eleição direta para presidente fora em 1960. A Ditadura já estava com seus dias contados. Inflação alta, dívida externa exorbitante, desemprego, expunham a crise do sistema. Os militares, ainda no poder, pregavam uma transição democrática lenta, ao passo que perdiam o apoio da sociedade, que insatisfeita, queria o fim do regime o mais rápido possível.

Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral. Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB – Mato Grosso).

A cor amarela era o símbolo da campanha. Depois de duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas Diretas Já.

Foram realizadas várias manifestações públicas. Mas dois comícios marcaram a campanha, dias antes de ser votada a emenda Dante de Oliveira. Um no Rio de Janeiro, no dia 10 de abril de 1984 e outro no dia 16 de abril, em São Paulo. Aos gritos de Diretas Já! mais de um milhão de pessoas lotou a praça da Sé, na capital paulista.

Uma figura de destaque deste movimento foi Ulysses Guimarães (PMDB), apelidado de “o Senhor diretas”. Outros nomes emblemáticos da campanha foram o atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, a cantora Fafá de Belém e o apresentador Osmar Santos.

No dia 25 de abril de 1984, o Congresso Nacional se reuniu para votar a emenda que tornaria possível a eleição direta ainda naquele ano. A população não pode acompanhar a votação dentro do plenário. Os militares temendo manifestações reforçaram a segurança ao redor do Congresso Nacional. Tanques, metralhadoras e muitos homens sinalizavam que aquela proposta não era bem-vinda.

Para que a emenda fosse aprovada, eram necessários 2/3 dos votos. A expectativa era grande. Foram 298 votos a favor e 65 contra e 3 abstenções (outros 112 deputados não compareceram). Para ser aprovada, a proposta precisava de 320 votos.

Com o fim do sonho, restava ainda a eleição indireta, quando dois civis disputariam o cargo. Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o apoio das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves venceu a disputa.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A música e os Festivais asnos 60 e 70

O Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande - 2010 foi espetacular!

Artistas de primeira qualidade e músicos de todas as partes do Brasil prestigiaram a 14ª edição do evento na Vila do Abraão.
O feriadão de Corpus Christi movimentou ainda mais o festival, que este ano, aconteceu nos dias 03, 04, 05 e 06 de junho.

Veja a galeria de fotos!


Dia 03, quinta-feira, a galera jovem curtiu o melhor da música popular brasileira ao som de Nizio Lopes. O palco montado na praça da igreja São Sebastião recebeu vários artistas da região de Angra dos Reis em todos os dias do festival e o público, que antes ouvia funk e axé, pôde apreciar muito mais a nossa MPB.

O shows de Nízio Lopes, João Lucas, banda AR3, Sérgio Lopes, Banda Erva Doce, Camila Porto, Sotaque da Ilha e outros aconteceram nas tardes e no início das noites do festival, sempre com grande público.
Na noite de quinta quem brilhou foram os 15 concorrentes que se apresentaram no palco principal armado na praça Candido Mendes.
Músicas como "Pedra Rara", "Dejavu" e "O Velho Milongueiro" encantaram a plateia que acompanhava os shows.
Quem também acompanhou cada detalhe na performance dos candidatos foram os jurados Monica Avila, Alexandre Secato, Luis Pereque, Tiago Vivas e Manoela Marinho.


Logo a pós a apresentação das músicas concorrentes foi a vez de Daniel Cavalcanti subir no palco do 14º Festival de Música e Ecologia da Ilha Grande.
Ele embalou o público até a madrugada cantando sucessos de grandes nomes da música popular brasileira.

Ouveram ainda, durante o dia, caminhadas guiadas, distribuição de sacolas para recolhimento do lixo e informações sobre reciclagem no ecoponto para os turistas e visitantes da Ilha Grande.

Cinema novo anos 60 e 70

1- O Cinema Novo Glauber Rocha - Presentation Transcript
2- “O MUNDO DO RIO NÃO É O MUNDO DA PONTE”
3- O cinema novo e a obra de Glauber Rocha
Cinema Novo foi um movimento do cinema brasileiro que durou de 1955 a 1971 e sofreu influência direta do Neo-realismo italiano e da Nouvelle Vague francesa. Os principais diretores deste período foram Cacá Diegues, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Roberto Santos, Ruy Guerra e Nelson Pereira dos Santos que deu início ao movimento em 1955 com o filme Rio, 40 Graus. Neste trabalho, darei ênfase ao cineasta Glauber Rocha e as duas obras primas deste movimento: Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe.
4- Um dos filmes de maior impacto do Cinema Novo foi Terra em Transe , de Glauber Rocha durante o período de 1966/67. O coração do expectador dispara na cena de abertura quando ouvimos um cântico de candomblé que também fez parte da trilha sonora de Barravento – o primeiro longa-metragem de Glauber. A medida que o filme segue, as imagens de grande força confirmam a imprensão da realidade do país que estava prestes a se revelar. O jovem diretor baiano havia se tornado naquele momento um grande líder cultural. Depois de rodar Barravento, Glauber impressionou diretores e críticos europeus com Deus e o Diabo na Terra do Sol.
5- O Cinema Novo na primeira metade dos anos 60 se opunha ao tradicionalismo das produções da Vera Cruz, produtora criada pelo paulista Franco Zampari. Glauber liderou prática e teoricamente o movimento do Cinema Novo. Em seu livro Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, Glauber argumenta em favor da criação de um cinema superior, nascido da miséria brasileira como o neo-realismo nasceu da indigência das cidades italianas no imediato pós-guerra. O filme que marcou o movimento foi Deus e o Diabo na Terra do Sol que aborda o fanatismo religioso no nordeste brasileiro.
6- Em seguida veio Terra em Transe, outro marco do movimento e da obra de Glauber. Quando Terra em Transe estava sendo feito, a expectativa sobre o que o diretor faria após a obra prima Deus e o Diabo na Terra do Sol foi grande. O principal personagem de Terra em Transe é um poeta de esquerda que tinha uma visão amarga e realista da política e que vivia em conflito devido a sua ambição por justiça social. E como em outros filmes do Cinema Novo, trazia à tela uma outra visão de vida e do Brasil.
7- Sua obra foi extensa e entre seus registros foram realizados os seguintes filmes: Pátio (1959), Cruz na Praça (1959), Barravento (1961), Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Amazonas Amazonas (1966), Maranhão (1966), Terra em Transe (1967), 1968 (1968), O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969), O Leão de Sete Cabeças (1970), Cabeças Cortadas (1970), Câncer (1972), História do Brasil (1974), As Armas e o Povo (1975), Claro (1975), DI (1977), Jorjamado no Cinema (1977) e A Idade da Terra (1980).
8- Alunas: Isly e Débora 1º B

Cultura Brasileira anos 60 e 70 : Trevas e Luzes

ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares e WEIS, Luiz, “Carro Zero e Pau-de Arara: o cotidiano da oposição de classe média ao regime militar.”, in SCHWARCZ, Lilia Moritz (org.). História da Vida Privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia da Letras, 1998, pp. 319-410.

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CASTRO, Ruy. Chega de saudade: a história e as histórias da bossa nova. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

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TATIT, Luiz. O cancionista: composição de canções no Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

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TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular Brasileira. São Paulo: Ed. 34, 1997.

TINHORÃO, José Ramos. Música Popular: um tema em debate. São Paulo: Ed. 34, 1997

TINHORÃO, José Ramos. Pequena História da Música Popular Brasileira (da modinha à canção de protesto). Petrópolis: Vozes, 1974.

TOLEDO, Caio Navarro. ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática, 1982.

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Orações Reduzidas

Orações Reduzidas :

São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio.
As orações reduzidas de formas nominais podem, em geral, ser desenvolvidas em orações subordinadas. Essas orações são classificadas como as desenvolvidas correspondentes.
As orações reduzidas não são introduzidas por conectivo.
No caso de se fazer uso de locução verbal, o auxiliar indica se se trata de oração reduzida ou não. Na frase:

Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo.

Temos aqui uma oração reduzida de gerúndio. Portanto, é condição para que a oração seja reduzida que o auxiliar se encontre representado por uma forma nominal.

Exemplos de orações reduzidas de infinitivo:

Substantivas subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito do verbo de outra oração. Exemplos:

Não convém agires assim
É certo ter ocorrido uma disputa de desinteressados.
Urge partires imediatamente.

Substantivas objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto. Exemplos:

Ordenou saírem todos logo.
Respondeu estarem fechadas as matrículas.
As crianças fazem rir seus rivais.
O professor assegurou serem os exames para avaliar e não para derrotar os alunos.
Peça-lhes fazer silêncio.

Substantivas objetivas indiretas: são aquelas que funcionam como objeto indireto da oração principal. Exemplo:

Aconselho-te a sair imediatamente.

Substantivas predicativas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Exemplos:

O importante é não se deixar corromper pela desonestidade.
Seu desejo era adquirir um automóvel.

Substantivas completivas nominais: são aquelas que funcionam como complemento de um nome da oração principal. Exemplos:

Maíra estava disposta a sair da casa.
Tinha o desejo de espalhar os fatos verdadeiros.

Substantivas apositivas: são aquelas que funcionam como aposto da oração principal. Exemplos:

Fez uma proposta a sua companheira: viajarem pelo interior, no fim do ano.
Recomedou-lhe dois procedimentos: ler e refletir exaustivamente a obra de Manuel Bandeira.

Adverbiais: são aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Exemplos:

Chegou para poder colaborar. (final)
Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal)
Não obstante ser ainda jovem, conquistou posições invejáveis. (concessivas)
Não poderá voltar ao trabalho sem me avisar com antecedência. (condicional)
Não compareceu por se encontrar doente. (causal)
É alegre de fazer inveja. (consecutiva)

Adjetivas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Exemplos:

O aluno não era de deixar de ler suas redações.

Exemplos de orações reduzidas de gerúndio:

Subordinadas adjetivas: Parei um instante e vi o professor admoestando o garoto.

Adverbiais:

Retornando de férias, volte ao trabalho. (temporal)
João Batista, ainda trajando à moda antiga, apresentava-lhe galhardamente. (concessiva)
Querendo, você conseguirá obter resultados positivos nos exames. (condicional)
Desconfiando de suas palavras, dispensei-o. (causal)
Xavier, ilustre comerciante, enriqueceu-se vendendo carros. (modal ou conformativa)

Exemplos de orações reduzidas de particípio:

Subordinada adjetiva:

As notícias apresentadas pelo Canal X são superficiais.

Adverbiais:

Terminada a aula, os alunos retiraram-se da classe. (temporal)
Reconhecido seu direito, teriam tido outro comportamento. (condicional)
Acossado pela política, não se entregou. (concessiva)
Quebradas as pernas, não pôde correr. (causal)

Orações Reduzidas

Orações Reduzidas :

São denominadas orações reduzidas aquelas que apresentam o verbo numa das formas nominais, ou seja, infinitivo, gerúndio e particípio.
As orações reduzidas de formas nominais podem, em geral, ser desenvolvidas em orações subordinadas. Essas orações são classificadas como as desenvolvidas correspondentes.
As orações reduzidas não são introduzidas por conectivo.
No caso de se fazer uso de locução verbal, o auxiliar indica se se trata de oração reduzida ou não. Na frase:

Tendo de ausentar-se, declarou vacante seu cargo.

Temos aqui uma oração reduzida de gerúndio. Portanto, é condição para que a oração seja reduzida que o auxiliar se encontre representado por uma forma nominal.

Exemplos de orações reduzidas de infinitivo:

Substantivas subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito do verbo de outra oração. Exemplos:

Não convém agires assim
É certo ter ocorrido uma disputa de desinteressados.
Urge partires imediatamente.

Substantivas objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto. Exemplos:

Ordenou saírem todos logo.
Respondeu estarem fechadas as matrículas.
As crianças fazem rir seus rivais.
O professor assegurou serem os exames para avaliar e não para derrotar os alunos.
Peça-lhes fazer silêncio.

Substantivas objetivas indiretas: são aquelas que funcionam como objeto indireto da oração principal. Exemplo:

Aconselho-te a sair imediatamente.

Substantivas predicativas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Exemplos:

O importante é não se deixar corromper pela desonestidade.
Seu desejo era adquirir um automóvel.

Substantivas completivas nominais: são aquelas que funcionam como complemento de um nome da oração principal. Exemplos:

Maíra estava disposta a sair da casa.
Tinha o desejo de espalhar os fatos verdadeiros.

Substantivas apositivas: são aquelas que funcionam como aposto da oração principal. Exemplos:

Fez uma proposta a sua companheira: viajarem pelo interior, no fim do ano.
Recomedou-lhe dois procedimentos: ler e refletir exaustivamente a obra de Manuel Bandeira.

Adverbiais: são aquelas que funcionam como adjunto adverbial da oração principal. Exemplos:

Chegou para poder colaborar. (final)
Alegraram-se ao receberem os campeões. (temporal)
Não obstante ser ainda jovem, conquistou posições invejáveis. (concessivas)
Não poderá voltar ao trabalho sem me avisar com antecedência. (condicional)
Não compareceu por se encontrar doente. (causal)
É alegre de fazer inveja. (consecutiva)

Adjetivas: são aquelas que funcionam como adjetivo da oração principal. Exemplos:

O aluno não era de deixar de ler suas redações.

Exemplos de orações reduzidas de gerúndio:

Subordinadas adjetivas: Parei um instante e vi o professor admoestando o garoto.

Adverbiais:

Retornando de férias, volte ao trabalho. (temporal)
João Batista, ainda trajando à moda antiga, apresentava-lhe galhardamente. (concessiva)
Querendo, você conseguirá obter resultados positivos nos exames. (condicional)
Desconfiando de suas palavras, dispensei-o. (causal)
Xavier, ilustre comerciante, enriqueceu-se vendendo carros. (modal ou conformativa)

Exemplos de orações reduzidas de particípio:

Subordinada adjetiva:

As notícias apresentadas pelo Canal X são superficiais.

Adverbiais:

Terminada a aula, os alunos retiraram-se da classe. (temporal)
Reconhecido seu direito, teriam tido outro comportamento. (condicional)
Acossado pela política, não se entregou. (concessiva)
Quebradas as pernas, não pôde correr. (causal)

Oração Subordinada Adverbial

Uma oração é considerada SUBORDINADA ADVERBIAL quando se encaixa na oração principal, funcionando como adjunto adverbial. São introduzidas pelas conjunções subordinativas e classificadas de acordo com as circunstâncias que exprimem. Podem ser: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.

- causais: indicam a causa da ação expressa na oração principal.
As conjunções causais são: porque, visto que, como, uma vez que, posto que, etc.
Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.

- consecutivas: indicam uma conseqüência do fato referido na oração principal.
As conjunções consecutivas são: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, etc.
Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.

- condicionais: expressam uma circunstância de condição com relação ao predicado da oração principal. As conjunções condicionais são: se, caso, desde que, contanto que, sem que, etc.
Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em casa.

- concessivas: indicam um fato contrário ao referido na oração principal. As conjunções concessivas são: embora, a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que, etc.
Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado, ocorreram vários imprevistos.

- conformativas: indicam conformidade em relação à ação expressa pelo verbo da oração principal. As conjunções conformativas são: conforme, consoante, como, segundo, etc.
Ex: Tudo ocorreu como estava previsto.

- comparativas: são aquelas que expressam uma comparação com um dos termos da oração principal. As conjunções comparativas são: como, que, do que, etc.
Ex: Ele tem estudado como um obstinado (estuda).

- finais: exprimem a intenção, o objetivo do que se declara na oração principal. As conjunções finais são: para que, a fim de que, que, porque, etc.
Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir melhor.

- temporais: demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da oração principal. As conjunções temporais são: quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, antes que, desde que, ...
Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha casa.

- proporcionais: expressam uma idéia de proporcionalidade relativamente ao fato referido na oração principal. As conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais, quanto mais...tanto menos, etc.
Ex: Quanto menos trabalho, tanto menos vontade tenho de trabalhar.

Algumas orações subordinadas adverbiais podem apresentar-se na forma reduzida, com o verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. São:

- causais: Impedido de entrar, ficou irado.
- concessivas: Ministrou duas aulas, mesmo estando doente.
- condicionais: Não faça o exercício sem reler a proposta.
- consecutivas: Não podia olhar a foto sem chorar.
- finais: Vestiu-se de preto para chamar a minha atenção.
- temporais: Terminando a leitura, passe-me o texto.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O governo de João GouLart

João Belchior Marques Goulart, ou simplesmente Jango, como era conhecido, governou o país de setembro de 1961 a março de 1964. Nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul. Entrou para a política com o apoio de seu conterrâneo e amigo particular, Getúlio Vargas.

Seu primeiro cargo público foi como Deputado Federal, em 1950. Logo depois foi Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no segundo governo de Vargas. Como Ministro, ele concedeu muitos benefícios aos trabalhadores, inclusive aumentou o salário mínimo em 100%, fato que provocou sua renúncia, pois desagradou a muitos empresários.

Jango venceu duas eleições como Vice-presidente da República, sempre pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). A primeira vitória foi como segundo de Juscelino Kubitschek, em 1955. Após cinco anos, foi eleito vice de Jânio Quadros.

Parlamentarismo

Com a renúncia do Presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, João Goulart deveria assumir o governo. Mas partidos da oposição, como a UDN (União Democrática Nacional) e os militares tentaram impedir a sua posse. Nesta ocasião, Jango, que era tido como simpatizante do comunismo, estava em visita oficial à China (país comunista).

O Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, cunhado de Jango, encabeçou a chamada Campanha da Legalidade, a fim de garantir o direito previsto na Constituição de 1946 de que na falta do Presidente, assume o candidato eleito a vice.

Brizola foi às rádios conclamando a população para que se manifestasse a favor de Jango. Ele conseguiu o apoio do Comando Militar do Rio Grande do Sul e também de líderes sindicais, de movimentos estudantis e de intelectuais.

A solução encontrada pelo Congresso Nacional foi instaurar o sistema Parlamentarista, no qual o poder do Presidente fica limitado. Ele indica, mas pouco interfere nas ações dos Ministros. No dia 07 de setembro de 1961 Jango tomou posse. O Primeiro Ministro indicado foi Tancredo Neves, do PSD (Partido Social Democrata) mineiro.

Em janeiro de 1963 houve um plebiscito (consulta popular), para que se decide sim ou não pela continuidade do Parlamentarismo. Com 82% dos votos, o povo optou pelo fim deste sistema de governo e pela volta do Presidencialismo.

Plano econômico

Jango adotou uma política econômica conservadora. Procurou diminuir a participação de empresas estrangeiras em setores estratégicos da economia, instituiu um limite para a remessa de lucros das empresas internacionais e seguiu as orientações do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Contudo, o Presidente sempre foi maleável com relação às reivindicações sociais. Em Julho de 1962, os trabalhadores organizaram o CGG (Comando Geral de Greve), convocando uma greve geral. Conquistaram com este movimento um antigo sonho dos funcionários: o 13º salário.

Com o fim do Parlamentarismo, restavam ainda três anos de mandato para João Goulart. Elaborado pelo economista Celso Furtado, o Presidente lançou o Plano Trienal, que previa geração de emprego, diminuição da inflação, entre outras medidas para pôr fim à crise econômica. Porém, o plano não atingiu os resultados esperados.

Reformas de base

Jango acreditava que só através das chamadas reformas de base é que a economia voltaria a crescer e diminuiria as desigualdades sociais. Estas medidas incluíam as reformas agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional.

Em um grande comício organizado na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, Jango anunciou a mais de 300 mil pessoas que daria início as reformas e livraria o país do caos em que estava vivendo.

Este comício, entretanto, foi mais um motivo para que a oposição o acusasse de comunista. A partir daí houve uma mobilização social anti Jango.

O Golpe Militar

A classe média assustada deu apoio aos militares. Alguns dias depois do comício, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, com o objetivo de dar apoio aos golpistas.

No dia 31 de março de 1964, os militares se reuniram e tomaram o poder, com apoio dos Estados Unidos.

Jango não resistiu. Deixou o governo e se refugiou no Rio Grande do Sul. De lá, foi para o exílio no Uruguai e na Argentina, onde morreu aos 57 anos, vítima de um infarto.


REVOLUÇAO RUBANA

>> Revolução Cubana <<


A queda de Batista (1953-1959) – Cuba vivia, desde 1952, sob a ditadura de Fulgêncio Batista, que chegara ao poder através de um golpe militar. Batista era um ex-sargento, promovido de uma hora para outra a coronel, depois da chamada “revolução dos sargentos” que depôs o presidente Gerardo Machado, em 1933. Sete anos depois, em 1940, Batista foi eleito presidente. Concluído seu mandato, manteve-se distante do poder durante o governo de seus dois sucessores, para retornar novamente à ativa em 1952, com um golpe.

Contra a ditadura de Batista formou-se uma oposição, na qual se destacou o jovem advogado Fidel Castro, que em 26 de julho de 1953 atacou o quartel de Moncada, com um grupo de companheiros. O ataque fracassou e foram todos encarcerados, mas o ditador anistiou os rebeldes em 195. Fidel, impossibilitado de agir devido à rigorosa vigilância policial, procurou exílio no México, onde reorganizou suas forças. No final de 1956, retornou a Cuba no barco Granma, carregado de armas para iniciar o confronto militar com Batista.

O plano de desembarque, porém, fracassou, e Fidel teve que se refugiar com os companheiros em Sierra Maestra, de onde começaram as operações guerrilheiras. Essas operações tornaram-se cada vez mais organizadas e o movimento guerrilheiro cresceu em força e apoio popular enfrentando o poder do ditador.

A selvagem repressão desencadeada por Batista aumentou sua impopularidade a tal ponto que, em 1958, os Estados Unidos acabaram suspendendo a venda de armas para o ditador. Em 8 de janeiro de 1959, depois de uma bem-sucedida greve geral, Batista foi derrubado e as tropas de Fidel entraram em Havana.

Manuel Urritia Manzano, moderado opositor do regime Batista, ocupou a presidência, e Fidel foi indicado primeiro-ministro. Alguns membros do Movimento 26 de Julho – nome da organização político-guerrilheira chefiada por Fidel – também ocuparam cargos ministeriais.

A organização de Fidel desfrutava de uma simpatia generalizada entre os cubanos e, a princípio, manteve-se eqüidistante do comunismo e do capitalismo. Os cubanos esperavam, por isso, que se instalasse um governo constitucional, um sistema democrático-representativo nos moldes conhecidos das repúblicas burguesas.

A radicalização – O fuzilamento dos inimigos da revolução (o famoso paredón), as reformas urbanas que obrigaram a baixar os preços dos aluguéis e a reforma agrária, de profundidade sem paralelo na América, eram manifestações de radicalismo que começaram a inquietar os moderados e, no plano externo, o governo dos Estados Unidos.

A resistência do presidente Urritia à radicalização levou Fidel a demitir-se em julho de 1959. Essa atitude suscitou a mais viva manifestação a favor de Fidel e levou, por sua vez, à renúncia de Urritia, que foi substituído por Osvaldo Dorticós Torrado. Fidel voltou a assumir o posto de primeiro-ministro.

Os moderados, vendo na manobra política de Fidel o sintoma de uma indesejável combinação de radicalismo e autoritarismo, afastaram-se do poder. Isso significou, para a revolução, a perda de apoio dos quadros qualificados (profissionais especializados), a qual, no entanto foi compensada pela aproximação e colaboração dos comunistas, que desde o início da guerrilha conservaram-se distantes do Movimento 26 de Julho.

A adesão dos comunistas à revolução, embora tardia, fez com que às audaciosas medidas do novo governo fossem interpretadas como de origem e inspiração comunista, o que não era verdade. De qualquer forma, serviu para encaixar o governo castrista no esquema da guerra fria: se o novo regime não era pró-capitalista, então só podia ser comunista. Essa foi a conclusão dos conservadores e moderados.



Etapas da ruptura com a ordem capitalista (1960-1961) – Era verdade, contudo, que a reforma radical implantada pelo novo governo possuía uma profunda orientação anticapitalista. O radicalismo do governo revolucionário era visto com desconfiança pelos Estados Unidos, sobretudo porque a reforma agrária atingira propriedades açucareiras que pertenciam a capitalistas norte-americanos. O presidente Eisenhower, contrariando o desejo dos ultraconservadores, descartou, entretanto a intervenção militar. Em represália, porém, desencadeou uma dura pressão econômica, cortando fornecimentos - por exemplo, de petróleo - e fazendo vistas grossas para ações de sabotagem contra a economia cubana.

Em julho de 1960, Cuba passou a importar petróleo da União Soviética, mas as refinarias, de propriedade norte-americana e britânica, recusaram-se a refinar o produto. Como resposta, o governo cubano encampou as refinarias, e os Estados Unidos reagiram suspendendo a compra do açúcar cubano.

Em 1961, com John Kennedy, a ruptura se completou. Os Estados Unidos romperam as relações diplomáticas com Cuba e Kennedy autorizou a invasão militar do país pelos exilados cubanos treinados por militares norte-americanos. No dia 17 de abril de 1961, com apoio aéreo dos Estados Unidos, os contra-revolucionários desembarcaram na praia de Girón, na baía dos Porcos, mas foram derrotados em 72 horas.

Dois dias antes da invasão, no dia 15 de abril, Fidel havia declarado, pela primeira vez, que a revolução cubana era socialista.

Os Anos REBELDES

Rebeldes e revolucionários, os anos 60 mudaram a vida da sociedade global :

Seria muito difícil imaginar o que seria a sociedade mundial de hoje sem considerar as enormes influências trazidas pelos anos 60, especialmente a partir da sua segunda metade até o início dos anos 70. Ali foram fortalecidos conceitos que nos são caros até hoje, como a igualdade social para pessoas de raças diferentes e entre homens e mulheres, a liberdade sexual (principalmente com o advento da pílula anticoncepcional) e a luta por direitos políticos e liberdade de expressão.

Tudo isso foi resultado de uma efervescência fantástica no campo de produção cultural e de alteração do próprio comportamento individual, de complexidade tamanha que até hoje, passados quase 40 anos, ainda é muito difícil identificar o que um exatamente sofreu influência ou influenciou.

No Brasil, um dos pontos mais marcantes dessa história foi relatado pela minissérie Anos Rebeldes, da Rede Globo. Produzida e levada ao ar em 1992, tendo como musas as atrizes Cláudia Abreu e Malu Mader, Anos Rebeldes sem a menor dúvida insuflou os ânimos dos adolescentes naquele ano para protestarem em todo o País para a cassação do então presidente Fernando Collor de Mello, acusado de acobertar casos de corrupção em seu governo.

Ao ver na minissérie global toda a mobilização dos jovens brasileiros contra o regime ditatorial implementado no País após o Golpe de Estado de 1964, muitos seduzidos pelo "glamour dos companheiros" tomaram para si a luta de retirar Collor do poder.

O fato é que Anos Rebeldes reproduz ficção e história real com propriedade e paixão. Entender a profundidade do período do regime militar do Brasil, porém, é algo muito mais complexo e profundo do que a minissérie mostra.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

..:: Jânio Quadros ::..

Jânio da Silva Quadros(Campo Grande, 25 de janeiro de 1917 — São Paulo, 16 de fevereiro de 1992) foi um político e o vigésimo segundo presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961 — data em que renunciou, alegando que "forças terríveis" o obrigavam a esse ato. Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo PTB. Foi o único sul-mato-grossense presidente do Brasil

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GoVerNo de Jânio Quadros :

Jânio Quadros assume a Presidência da República com as características pessoais com que desempenhava, até então, o seu papel público e isto já se reflete na formação do seu Ministério, muito mais expressão de qualificações personalistas e de jogo inteligente de concessões aparentes a partidos, do que resultante efetiva das forças que o conduziram ao poder. A rigor, Jânio, não sendo homem de partido, seu governo passaria desde o começo a ser resultante natural dessa carência de estruturação e via-se que a direção seguida para ser frutífera, teria que ser produto de uma atuação estruturada, em que ao Presidente da República deveria caber a ordenação geral. Seu Ministério era integrado por homens provindos de quase todos os partidos nacionais escolhidos ao seu critério. Eram eles: Clemente Mariani Bittencourt para a Fazenda Afonso Arinos de Melo Franco para as Relações Exteriores Oscar Pedroso Horta para a Justiça e Negócios Interiores Francisco Carlos de Castro Neves para o Trabalho Romero Cabral da Costa para a Agricultura João Agripino Filho para Minas e Energia Arthur Bernardes Filho para Indústria e Comércio Brígido Tinoco para Educação e Cultura Clóvis Pestana para Viação Eduardo Catete Pinheiro para a Saúde Três militares para as Forças Armadas: Odílio Denys para a Guerra, Sílvio Heck para a Marinha e Grum Moss para a Aeronáutica. O Ministério de Jânio Quadros causou viva surpresa em certos círculos e grandes decepções à personalidades que esperavam ser contemplados na distribuição dos altos postos. O critério com que o novo Presidente da República o constitui parece ter sido o de incluir o maior número possível de elementos partidários, sem que, no entanto, tenham os escolhidos resultado de indicação dos partidos. Será difícil, porém surgirem impugnações por parte destes. A União Democrática Nacional deu três ministros. Escolheu o presidente JQ o líder udenista na Câmara dos Deputados, João Agripino, para o novo Ministério de Minas e Energia. É um homem cercado da confiança de seu partido. Bacharel em Direito, Deputado em várias legislaturas, parlamentar dos mais ilustres e combativos, sua nomeação atende, também, às reivindicações do Nordeste, pois se trata de um filho da Paraíba. Sua escolha veio quando todos já esperavam que ele fosse o líder governamental na Câmara dos Deputados. Outro Ministro udenista que é também homem do Norte, Clemente Mariani, ocupara a Pasta da Fazenda. É esta uma das raras vezes que um homem da região do cacau ocupa um lugar que tem cabido por tradições aos homens do café. Mas o Presidente da República já representava São Paulo, no Governo e isso é que tornou tal coisa possível. Deputado à Constituinte de 1934 e à Constituinte de 1946, Clemente Mariani foi um dos elementos que representaram a UDN no governo do marechal Dutra, quando o partido do Brigadeiro se compôs com o vitorioso de 1945. Ocupou, então, a pasta da Educação e Saúde (só depois desmembrada) e, desde que se afastou do Ministério deixou ostensivamente as atividades políticas. Tendo sido jornalista e ocupando uma das cátedras da Faculdade de Direito da Bahia, Clemente Mariani é, antes de tudo, um homem das finanças, um banqueiro bem sucedido, administrando, com grande tino, no Banco da Bahia, além de várias outras empresas, das quais agora se afasta para dar sua colaboração ao novo governo. O terceiro ministro udenista é Afonso Arinos de Melo Franco Sobrinho, atual Senador pelo Estado da Guanabara. Anteriormente sua base política era o Estado de Minas, principalmente o Nordeste (Paracatu e adjacências). Antigo jornalista, crítico literário, historiador e biógrafo, é também professor de Direito e membro da Academia Brasileira de Letras. Com a nomeação de Afonso Arinos de Melo Franco Sobrinho, JQ fez um homem felicíssimo: o Sr. Venâncio Igrejas, suplente do novo chanceler, que nunca conseguira se eleger nem vereador, mas que agora dispõe de uma tribuna no Senado. O Partido Republicano, que se cindiu, graças a uma manobra habilíssima do grupo janista, para acompanhar a candidatura de JQ, foi contemplado com o Ministério da Indústria e Comércio (desmembrado do Ministério do Trabalho). Recaiu a escolha de Arthur Bernardes Filho, antigo constituinte, deputado, senador e vice-governador do Estado de Minas Gerais. É o atual Presidente do PR, cargo outrora ocupado por seu ilustre pai, o ex-Presidente Bernardes. O Partido Democrata Cristão foi contemplado na pessoa do Deputado fluminense Brígido Tinoco, que fazia parte da dissidência janista do PSB, mas terminou por se desligar do socialismo e ingressar naquela legenda. Advogado, alto funcionário do Ministério do Trabalho (procurador) e professor de Direito, foi prefeito de Niterói, constituinte de 1946 e candidato derrotado em 1954, ao governo fluminense. Escritor premiado pela Academia Brasileira de Letras e pela Biblioteca militar (com um livro sobre Duque de Caxias) escreveu, a biografia de Nilo Peçanha. Antes de sua escolha, o nome de foco era o da escritora Rachel de Queiroz: JQ queria ser o primeiro Presidente a nomear uma mulher Ministro de Estado. Mas a autora de "O Quinze" retirada da política (na mocidade foi militante esquerdista), resistiu à tentação... O Partido Trabalhista Nacional está representado no governo pelo Presidente da seção do Pará, Edward Catete Pinheiro. Deputado Federal, formado em Medicina, Catete Pinheiro era candidato a um lugar de menor gabarito, mas de grande importância para a sua região: o de diretor da SPVEA. Um dos problemas com que se defrontará: o de acabar com a filariose e a malária no Pará e nas regiões adjacentes. Essa nomeação rebentou como uma bomba nos círculos udenistas paraenses, pois o novo ministro é considerado o adversário número um do Deputado Ferro Costa, que foi um grande janista e lidera a UDN no Pará. A dissidência do PSD do Rio Grande do Sul foi contemplada na pessoa de Clóvis Pestana, Ministro da Viação, no período final do governo do Marechal Dutra. Foi quem inaugurou a Estrada Presidente Dutra, entre Rio e São Paulo. Engenheiro civil, também formado em Direito, Clóvis Pestana pertence à representação do seu estado na Câmara Federal. É engenheiro da Prefeitura de Porto Alegre, já foi prefeito da capital gaúcha e era Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado quando o marechal Dutra o chamou para o Ministério. Além desses ministros ligados às diversas agremiações partidárias, outros há que não pertencem a partidos. É o caso dos três ministros militares e de Pedroso Horta, Castro Neves e Romero Costa. Pedroso Horta é um dos grandes advogados de São Paulo. É o titular da Justiça e Negócios Interiores. Foi, por algum tempo, diretor da Guarda Civil, dirigiu a Companhia Municipal de Transportes Coletivos, da prefeitura de São Paulo (na administração Toledo Piza) e, embora tendo defendido Adhemar de Barros perante a Justiça, revelou-se um dos mais ardorosos janistas, prestando grandes serviços durante a recente campanha eleitora. Pedroso Horta foi diretor de "Última Hora", de São Paulo, da qual se desligou quando a empresa se comprometeu com a candidatura Lott. Castro Neves, que já pertenceu ao PSD e ao PTB, estando atualmente sem compromissos partidários. Foi Deputado estadual, secretário do governo na administração Lucas Nogueira Garcez e Secretário do Trabalho, na administração de Jânio Quadros. Dada a habilidade com que se houve nesse último posto, foi escolhido para ocupar a pasta do Trabalho. Romero Costa, usineiro em Pernambuco, considerado um técnico em assuntos agrícolas, foi indicado pelo Governador Cid Sampaio e pelo Deputado Maurílio Costa Rego, como homem capaz e de mentalidade evoluída. Não se trata, nesse caso, de escolha pessoal do Presidente da República, mas da aceitação por este de um nome avalizado pela situação política dominante em Pernambuco. As pastas militares serão ocupadas pelo Marechal Odílio Denys, que serviu nos últimos meses do governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira, com tanta isenção e critério que o novo Presidente lhe pediu que continuasse a ocupar a pasta da Guerra, pelo Brigadeiro-do-Ar Gabriel Grum Moss e pelo Almirante Sílvio Heck, duas personalidades de relevo na Aeronáutica e na Marinha. Embora sem o título de ministros, há dois outros com poder e gabarito ministerial: o Chefe da Casa Civil e o Presidente do Banco do Brasil. A chefia da Casa Civil será exercida por Quintanilha Ribeiro. Formado em Direito, antigo Presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, combatente da Revolução Constitucionalista de 1932, Quintanilha Ribeiro foi o Chefe da Casa Civil do Governador Jânio Quadros com tal eficiência que não surpreende a sua escolha para ocupar cargo semelhante junto ao Presidente, tanto mais que foi infatigável durante a campanha eleitoral. O Presidente do Banco do Brasil é o grande prestígio nos círculos financeiros de São Paulo, na qualidade de Presidente do Banco Sul-Americano S.A. e da Cibrex, além de diretor-tesoureiro da Companhia Territorial e Imobiliária Santo Amaro. Tal é a equipe de Jânio Quadros. Para alguns, trata-se de um Ministério de experiência, a ser alterado, parcial ou mesmo totalmente, quando o novo Chefe de Estado tomar pé nos problemas nacionais e tiver sentido com intensidade as reações das correntes políticas. Para outros, porém, trata-se de uma equipe definitiva, preparada para entrar em ação sob o comando de um líder que sabe o que quer, quando e como. Na cerimônia da transmissão da faixa presidencial falaram o Presidente egresso e o Presidente entrante. Juscelino desejou à Jânio uma administração fecunda. Jânio extremamente expressivo diz à Juscelino: "O governo de Vossa Excelência, que ora se finda, terá marcado na história a sua passagem, principalmente porque, através de sua meta política, logrou consolidar em termos definitivos, no país, os princípios do regime democrático." Desde o início, Jânio Quadros já encontrava dificuldades com o Congresso Nacional, principalmente, com as "forças opositoras". Tais "forças" queriam notadamente, de Jânio, o loteamento dos cargos no primeiro, segundo e terceiro escalão do governo. Jânio envergava, mas não quebrava. Os famosos bilhetes de Jânio, personalissimamente endereçados, tinham acolhida, irônica ou pitoresca nas colunas dos jornais e eram recebidos pelo povo com misto de admiração, reverência, credulidade e de pilhéria. O funcionalismo público desde logo foi alvo da moralização, através de decretos que dispunham quanto ao cumprimento de horário de funcionamento das repartições públicas, quanto à exoneração ou à dispensa. Em suma, a máquina burocrática deveria ser qualificada e produtiva, sem alteração de sua estrutura e métodos, através de medidas de moralização e bons costumes. Após dois meses e meio de empossado, Jânio se lançaria no primeiro grande ato presidencial, cuja seqüela marcaria os restantes meses de seu governo: a instrução 204, do Ministério da Fazenda, através da qual se processaria a reforma cambial. O próprio Presidente fez uma detida exposição dos motivos que levaram o seu governo a tomar grave passo com dois objetivos sucessivos: tornando reais os câmbios em causa, os custos iriam sofrer aumento, não só dos gêneros de primeira necessidade, mas também indiretamente pelo aumento de fretes e, após o que o governo ficaria habilitado a exercer real inspeção dos preços cobrados à população, objeto de especulação desenfreada do poder econômico. Nesta altura, setores poderosíssimos da vida econômica e financeira do País reagiam de forma desfavorável. O povo recebeu com assombro, tristeza e decepção as medidas, mas o Presidente tinha tal crédito que a massa popular tinha largo lastro de esperança e acreditava que "melhores dias viriam". Em princípios de julho de 1961, o ministro Clemente Mariani anunciava ao País a instrução 208, complementando a 204, que procurava beneficiar o intercâmbio com os países integrantes da Associação Latino-Americana de Livre Comércio. Um mês depois, o Presidente reúne o Ministério para acertar as medidas de interesse nacional, dentre elas, a decisão de promover a reforma, pela atualização, do Direito Privado Brasileiro, que ficou sob a supervisão do ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta. Este nomeou comissões de juristas, escolhendo-os de maneira impessoal entre os luminares das letras jurídicas. O trabalho demonstrava a urgente necessidade de adequar-se a estrutura jurídica nacional à realidade dos tempos. O governo começava a tomar posições nos problemas substantivos e aos poucos ia se endereçando aos problemas reais, mas de forma sempre assistemática. Um plano faltava, global. O economista Celso Furtado viria a encarregar-se dele, mas tinha convicção de que o plano jamais viria a ser seguido. O CONCLAP - Conselho Superior das Classes Produtoras - durante a campanha, antecipou um documento extenso em que propunha um plano nacional de desenvolvimento. Jânio o recebeu, leu e o interpretou numa visão parcial e unilateral, mas, o que mais o irritara é que as sugestões eram absolutamente omissas em relação aos problemas estruturais do país. Ele se pronunciou e um dos parágrafos era o seguinte: "Homens poderosos já me procuraram para expressar sua dessatisfação com o meu governo. Expliquei-lhes que só haveria dois meios de tolher os meus passos: depor-me ou assassinar-me, o que não me parece fácil". A imagem do Presidente devia ser preservada. Governar, se vinha revelando cada vez mais difícil. Os desacordos com o parlamento e a situação minoritária do governo eram uma realidade que tendia a aumentar. Cumpria tomar providências compensatórias. De duas ordens eram elas. Através das chamadas reuniões dos Governadores, em que Jânio Quadros se deslocava para um ponto do território nacional, quase sempre acompanhado de seu Ministério e se encontrava com os Governadores de determinadas regiões do país, onde eram tomadas decisões de interesse imediato para os Estados. Paralelamente, as famosas comissões de inquérito instituídas em comissões de sindicância, vinham a público com resultados. A história dessas sindicâncias ficará por largo tempo como objeto de polêmica, pois seu valor foi essencialmente controversível. É incontestável que se apurou irregularidades em alguns setores. No parlamento, os debates suscitados em torno dessas comissões aprofundavam o hiato crescente entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Na mensagem presidencial ao Congresso Nacional, datada de 15/3/1961, a política externa brasileira era considerada em vários parágrafos, em que, os seguintes princípios se afirmavam: 1° necessidade de estabelecer contatos comerciais e diplomáticos, com países de ideologias divergentes; 2° tais contatos eram a via empírica expedita para distender as relações internacionais e tornar possível a manutenção da paz; e 3° as Nações Unidas não haviam sido criadas para serem foro manipulável por um grupo de países de ideologias afins; cada País devia aí representar-se em função exclusiva dos seus interesses, desde que respeitando o princípio básico que estrutura o organismo internacional, o decidido apoio à causa da preservação da paz, através da certeza de que todos os diferendos internacionais podiam encontrar sua solução por via pacífica e jurídica. Passados alguns anos já dos acontecimentos, é lícito reconhecer que no conjunto a política externa inaugurada como presidente Jânio Quadros e continuada, com alterações, até a deposição do presidente João Goulart, se caracterizou: primeiro pela relativa inalterabilidade das mesmas relações com todos os países capitalistas, inclusive os Estados Unidos da América, salvo, com relação à Cuba; depois pela intensificação das relações diplomáticas e comerciais com os países socialistas, aspecto positivo, tanto que desde então o País o vem mantendo e sustentando, quaisquer que tenham sido as modificações internas, pois o presumido se positivou, a saber, que pelo menos as relações comerciais seriam reciprocamente benéficas - ressalvado o não encaminhamento da questão das relações com a China Popular e a ruptura de relações com Cuba. Sob esse ângulo, o saldo foi duradouro. Outra é a questão de saber se o País estava em condições de tomar aquelas medidas. Formulada assim, a questão assume caráter polêmico. Foi o que aconteceu. À chamada missão João Dantas coubera a função exploratória no planejar, acordos comerciais do Brasil com a Bulgária, a Hungria, a Romênia, a Iugoslávia e a Albânia. Concomitantemente, novas embaixadas brasileiras eram abertas em países do Terceiro Mundo, inclusive na África no Senegal, em Gana, na Nigéria, no Congo (Kinshasa). Todas essas medidas eram recebidas pelo parlamento e pela grande maioria da imprensa brasileira como excentricidades e audácias periculosas, para as quais o País não estava preparado.
(*) é professor universitário,jornalista e escritor